O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense - IFSul, a partir de sua criação, no ano de 2008, vem buscando constituir um ensino com possibilidade de verticalização.

Sua criação incorpora novas metas e missões, dentre as quais a realização indissociável de ações de ensino, pesquisa e extensão, atuando na formação de professores, com o intuito de participar significativamente do desenvolvimento social e regional.

O Mestrado em Educação e Tecnologia (MPET) inicia a funcionar no ano de 2012, como a culminância de esforços coletivos produzidos com foco na Área de Educação no IFSul. Essa trajetória em termos de percurso na área da educação acontece em 1999, quando ocorre a criação do Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes para as Disciplinas do Currículo da Educação Profissional do Nível Técnico; aliás, esse é o que inaugura a participação institucional na dimensão de formação de nível superior.

Na figura de um curso de Licenciatura Especial, destinada a Docentes e Técnicos Administrativos em Educação (TAE) que necessitavam de formação para poderem atuar, de modo qualificado, junto à formação técnica de nível médio, no contexto local e regional, constituem-se as primeiras turmas que com ingresso, ainda em 1999.

Em termos gerais Programa Especial de Formação Pedagógica, como cotidianamente passou-se a nomear, supriu uma demanda interna de docentes não licenciados, que precisavam qualificar seu fazer docente para atuarem junto ao ensino básico, no caso, no contexto de nove (9) cursos técnicos de nível médio, do então recém-criado Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET-RS, que substituiu a Escola Técnica Federal de Pelotas – ETFPel.

De algum modo, as questões institucionais, a partir da criação do CEFET-RS, associada a uma primeira formação institucional em nível superior, desencadiaram uma primeira relação explícita entre a educação e a tecnologia, que se acabou por sedimentar um segmento de formação estratégico, institucionalmente.

Deste modo, configurou-se uma realidade, não só quantitativa no território da educação e da tecnologia, mas, sobretudo qualitativa, enquanto produtora de uma massa crítica desejosa de produzir ações, a partir das quais se pudesse pensar a educação e a tecnologia, com a articulação do ensino com a pesquisa e a extensão, isso no interior de uma instituição com uma longa história em nível de educação profissional e tecnológica.

A partir disso, um grande número de docentes egressos do Programa Especial de Formação Pedagógica procurou por programas de Pós-graduação, como forma de prosseguirem seus processos de qualificação docentes, inclusive em Programas na área da educação e do ensino.

Paralelamente, nascem os primeiros cursos superiores de formação tecnológica, o que atribui a instituição o papel de passar a formar Tecnólogos, no contexto de uma política de formação na educação profissional de nível superior, verticalizada a partir da longa experiência na formação profissional de Técnicos de nível médio.

Nesse interim, surgem as primeiras iniciativas em termos de Pós-graduação com a criação do Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Educação Tecnológica, com edição em 2004.

Ou seja, se havia conquistado um primeiro espaço de institucionalização da pesquisa e da pós-graduação; experiência que desencadeou a criação do Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Linguagens Visuais, verbais e suas Tecnologias (CPGLing), atualmente com oferta de sua 11a edição, bem como Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Educação (CPGEdu), atualmente com oferta de sua 10a edição.

Com isso, um coletivo de pensamento em nível de pós- graduação nas áreas de educação e de linguagens, permeadas pela tecnologia tomou corpo, articulando saberes, aproximando referenciais teóricos, produzindo grupos de pesquisas e incentivando, ainda mais colegas a procurar programas de qualificação Stricto Sensu, em nível de mestrado e de doutorado nessas áreas.

Assim, vêm-se construindo uma trajetória ao longo de um tempo, talvez não tão extenso, mas, com certeza, intenso, principalmente em termos de comprometimento, de estudos e de desejos de todo um coletivo, que continua a se expandir.

Então, em 2011, como a congregação de docentes oriundos dos dois cursos Lato Sensu, no âmbito do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia – IFSul (criado em 2008), conquista a aprovação de seu primeiro curso Stricto Sensu, o Mestrado Profissional em Educação e Tecnologia (MPET).

Assim, as áreas de educação e tecnologia permeavam conjuntamente a dimensão da formação em nível Stricto Sensu. O MPET, que ofertou sua primeira turma em 2012, já titulou mais de cem (100) mestres, em uma trajetória que torna possível poder analisar que, mesmo estando inserido em uma região geográfica com oferta de pós-graduação nas áreas de Educação e de Ensino por Instituições como a UFPEL, a FURG e o IFRS, ainda há uma elevada demanda por formação em nível de Stricto Sensu.

Desde o primeiro processo seletivo até o último, que se encontra em curso, tem-se uma taxa média em torno de quinhentos (500) candidatos inscritos por certame, os quais disputam em torno de vinte e cinco (25) vagas.

Desde o primeiro processo de seleção (2012), até o que se encontra em curso, foi possível desenvolver estratégias de consolidação e de ampliação de nossas ações em nível de Stricto Sensu, inclusive com uma política anual de credenciamento de novos docentes, sempre, a partir de uma análise de demandas, na constituição de um espaço colegiado que discute e decide acerca dos passos dados e dos passos que, ainda estão por vir.

Atualmente, tem-se, na área de educação e de tecnologia, um contexto de pós-graduação bastante estável e coeso, com todo um percurso construído em mais de dez (10) anos de planejamentos, experimentações, avaliações, correções de percursos, e tudo novamente.

Nessa caminhada, e a partir da missão atribuída aos Institutos Federais de formar professores, esse coletivo, atuou ativamente na constituição dos primeiros cursos de Licenciatura do IFSul, o que ampliou a participação da instituição na formação em nível de graduação.

Atualmente, o corpo docente desta proposta atua na Licenciatura em Computação, na Especialização em Linguagens e suas Tecnologias, na Especialização em Educação, na Especialização em Educação Profissional com habilitação para a docência, no Bacharelado em Design, na Engenharia Elétrica, além dos cursos integrados de nível médio. Recentemente, passamos pela primeira avaliação formal, pela qual se tornou possível estabelecer outra posição de análise acerca de nossas estratégias, agora contando com subsídios externos de leitura de nossos movimentos.

Isso promoverá novas perspectivas de constituição de nosso programa, com ações de discussão e de correção de nossas fragilidades, bem como de a ampliação de nossas potencialidades, no que se inclui essa proposta.

Nesse sentido, a partir do Mestrado Profissional em educação e Tecnologia, que obteve conceito quatro (4) na última avaliação quadrienal, pretende-se participar da histórica criação dos primeiros Doutorados Profissionais no Brasil.

Para tanto, nos voltamos para o documento de avaliação e procuramos aperfeiçoar nossos processos, reorganizar algumas de nossas estruturas e, principalmente assumir uma posição de relação estreita com a educação básica, principalmente no contexto regional onde estamos inseridos.

Nesse sentido, estamos expandindo o quantitativo de linhas de pesquisa, que passa a ter três (3) linhas, em substituição as duas (2) que tínhamos anteriormente. Essa iniciativa busca situar nossa proposta de modo mais evidente, no contexto da formação profissional em nível de pós-graduação. Ou seja, com essa reestruturação pensa-se que fica mais evidente e operacional a responsabilidade que temos com a educação básica, com o fomento da pesquisa aplicada à educação básica, com os processos de intervenção e de inserção no contexto social em que estamos inseridos, enquanto Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia.

Temos um corpo docente de dezessete (17) docentes atuando em nível de stricto sensu, sendo que onze (11) compõem a proposta do Doutorado Profissional. Um grupo com uma diversidade de formação e de experiência acadêmica e profissional, extremamente rica, porquanto abarca várias áreas do conhecimento. Assim, têm-se um grupo que permeia as tecnologias educacionais, a partir de perspectivas diversas, utilizando-se de percursos metodológicos e de referenciais teóricos diversos, entretanto com a garantia de um respeito às ideias e posições de cada um.

Com isso, tem-se conseguido estabelecer relações de troca, de articulações entre ideias diferentes, que permeiam a arte, a filosofia, a sociologia, bem como a linguística e as tecnologias da informação e comunicação. Com as novas linhas pretende-se ampliar essas relações, porquanto vislumbramos uma aproximação maior, dentro das linhas, dos referenciais teóricos e das perspectivas metodológicas.

Desde a teoria crítica, até a filosofia da diferença, propõe-se um vetor de problematização das questões pertinentes a educação básica, com o intuito de então se poder aplicar em nível de realidade escolar e social, processos e produtos que possam inferir nessa realidade, produzindo assim diferenças qualitativas na educação básica, no contexto social onde essa se inclui. Acreditamos que conseguimos consolidar nossa posição em nível de mestrado, como aponta a avaliação quadrienal, e não nos furtaremos de esforços para contornarmos nossas fragilidades e ampliarmos nossa atuação.

Nesse sentido, procuramos afinar uma proposta ao conceito profissional que obtivemos do processo avaliativo. Estamos trabalhando em um processo de melhor divulgação de nossos resultados, tornando mais visível o que fazemos, como forma da comunidade ter acesso mais imediato e completo acerca das nossas atividades. Temos publicado abertura de Edital de Credenciamento Docente (anexo) todos os anos, primeiramente interno, e no último ano, também externo. Para tanto, procedemos a um planejamento estratégico que dispõe acerca de necessidades, prioridades e encaminhamentos, com os quais o edital deve estar alinhado.

Além disso, estamos com a base de dados de uma revista eletrônica do programa, completamente alocada. Trata-se da Com-posições.edu, que pretendemos entre em funcionamento no início do próximo ano, com uma edição especial que estamos desenhando em nível de colegiado. Em termos de socialização de nossas atividades, a partir do ano de 2018, pretendemos promover um “Seminário de Socialização de Práticas de Pesquisa em Educação”, como forma de que nossos discentes, e comunidade em geral, tenham acesso a produção de pesquisa desenvolvida pelo Programa.

Também, nos inquieta, nesse momento, a possibilidade de desenvolvimento de mecanismos de autoavaliação, que nos permitam evidenciar questões de correção de caminhos e de medidas, bem como de ampliação de aspectos positivos e impactantes no contexto da educação básica. Nesse sentido, além da avaliação em nível de Colegiado, que tem a participação da representação discente, pretende-se disponibilizar um instrumento para que todos os discentes possam ter voz e contribuir com a qualificação do programa, a partir de sua perspectiva.

Diante de todo o exposto, acreditamos que avançamos muito, mas ainda temos muito a avançar. Estamos cientes de nossa responsabilidade e, acreditamos que esse momento é especial e histórico, não só para o PPGEdu, mas para o IFSul e para a Educação Básica, Técnica e Tecnológica.
Atualizado por webmaster em 11jul2018