Projeto de pesquisa
A A A
imprimir

Desenvolvimento do Projeto

No desenvolvimento do Projeto, ou seja, no corpo do texto, constam os seguintes elementos, em seqüência única:

Tema

X

O tema é o assunto que vocês escolherão para pesquisar por carecer de melhores definições, melhor precisão e clareza ou, simplesmente, por ter estimulado a curiosidade. Importa que seja algo prazeroso, já que vão despender algum tempo com ele.

Antes de defini-lo, façam um estudo preliminar para coletar informações em livros, revistas, artigos científicos, etc. Lembrem-se do auxílio proporcionado pelos estudos exploratórios. Esse passo possibilitará que vocês detectem alguns aspectos importantes relacionados a ele, como a possibilidade de acesso às informações necessárias (existe material disponível para ser pesquisado? esse material é confiável? o material disponível está escrito em uma língua que vocês dominam? existe adequação entre o conteúdo do material e a formação requerida para sua compreensão?).

O tema é sempre vasto. Por exemplo:

  1. As mídias e ensino de matemática
  2. Os softwares educativos e o ensino de Língua Portuguesa.

Observem que esses assuntos são amplos e, por isso mesmo, exigem uma delimitação, um recorte, de modo a tornar a pesquisa exeqüível.

Para pesquisar o tema “a” seria necessário verificar todas as possibilidades de contribuição de todas as mídias para o ensino de matemática (que ensino? em geral? em algum nível ou relacionado a algum conteúdo específico?). Quanto ao tema “b”, seria necessário estabelecer uma relação entre todos os softwares educativos e o ensino de Língua Portuguesa (e a que ensino refere-se?).

Não esqueçam de que o tema deve estar relacionado, de alguma forma, à educação e que necessita envolver, pelo menos, duas mídias.

Delimitação do Tema

X

A delimitação do tema restringe sua abrangência, estabelece os limites do estudo, de maneira que se possa pesquisá-lo. Para delimitar um tema, pode-se fixar circunstâncias de tempo e espaço, pois, às vezes, dependendo do tema a ser pesquisado, é necessário “datá-lo” e/ou “localizá-lo” geograficamente.

Além disso, dependendo do ponto de vista do pesquisador, um tema recebe diferentes tratamentos. Pode-se analisá-lo sob o ponto de vista da lingüística, da psicologia, da geografia, da sociologia, da história, da filosofia, da antropologia, entre outras possibilidades.

É possível, entre outras, fazer as seguintes delimitações nos temas tomados como exemplos no item anterior.

  1. TEMA: As mídias e ensino de matemática
    DELIMITAÇÃO DO TEMA: Contribuições das mídias rádio e informática para o desenvolvimento do conhecimento matemático em alunos das séries iniciais.
  2. TEMA: Os softwares educativos e o ensino de Língua Portuguesa.
    DELIMITAÇÃO DO TEMA: Contribuições do software GUTEMBERG para o ensino de Língua Portuguesa da terceira série do ensino fundamental da Escola Municipal Souza Aguiar.

Muitas vezes, o pesquisador delimita o tema de tal forma que, no final, acaba por tornar-se o título de seu trabalho

É claro que o tema pode ser mais abrangente, mas, para isso, é necessário contar com uma equipe e/ou com um tempo apropriado para a realização da pesquisa. Vocês não devem, em nenhum momento, perder de vista a idéia de exeqüibilidade, ou seja, o tema é exeqüível se houver a disponibilidade das condições necessárias para a realização da pesquisa.

Entrem no Fórum “Delimitação do Tema” e incluam a delimitação do tema de suas pesquisas. Além disso, comentem o que foi postado por, pelo menos, um de seus colegas.

Definição de Termos ou Glossário

X

Esse elemento é importante quando se explora um Tema pouco divulgado que tem associado a ele um vocabulário específico, pouco conhecido e que precisa, portanto, ser definido (NBR 15287/2005).

É importante, também, fazer um levantamento de termos que deixam dupla interpretação na pesquisa e discutir seu significado com apoio bibliográfico. Um dicionário especializado serve para essa finalidade.

Não raro, uma palavra assume significados diversos, pois é utilizada indiscriminadamente, tornando-se indispensável sua definição, de modo a evitar confusões de entendimento.

Este elemento, portanto, somente fará parte de seus projetos, se lidarem com algum(s) termo(s) que se enquadre(m) nesses casos.

Formulação do Problema

X

O problema ou questão de pesquisa é uma indagação, uma pergunta cuja resposta deverá ser possibilitada pela execução da pesquisa, ou seja, o problema envolve uma curiosidade que se pretende satisfazer.

Para formular o problema é necessário que vocês tenham conhecimentos prévios sobre o tema, pois a formulação do problema é fruto da leitura sobre o tema e da reflexão pessoal (GIL, 2004).

Dependendo do caso, poderá ser necessário explicitar as variáveis envolvidas na pesquisa.

X

“Variáveis são aspectos, propriedades ou fatores reais ou potencialmente mensuráveis que podem ser percebidas em um objeto de estudo. Exemplo de variáveis são o salário, a idade, o sexo, a profissão, a cor, a taxa de natalidade, etc, desde que se destaquem os valores que contêm. Variável é, portanto, um valor que pode ser dado a uma quantidade, qualidade, característica, magnitude, traço, etc, que pode oscilar em cada caso em particular”(KÖCHE, 2001, p.54).

Esse autor apresenta os seguintes tipos de variáveis e exemplo:

  • variável independente (X): é o fator que provoca a existência de determinado efeito;
  • variável dependente (Y): é o resultado decorrente da ação da variável independente;
  • variável interveniente (W): é a que modifica a variável dependente sem que a variável independente tenha sofrido alteração.

Exemplo: aluno de escola pública e de escola particular(X) obtêm notas diferentes no concurso vestibular(Y) pelo nervosismo de uns e de outros (W).

Shimakura1 apresenta a distinção entre variáveis quantitativas e qualitativas. As quantitativas são as que apresentam valores numéricos e são subdivididas em discretas (são características que assumem valores inteiros, geralmente resultado de contagens) e contínuas (características para as quais fazem sentido valores fracionais e são obtidas através de algum instrumento).

As qualitativas, representam características, não quantificáveis de indivíduos ou fenômenos e são subdivididas em ordinais (são categorias que, passíveis de ordenação, envolvem meses, estágios, níveis, etc.) e nominais (não são ordenáveis – a cor dos olhos, por exemplo).

Vocês devem definir como vão combinar as variáveis escolhidas, o tipo de conexão que umas podem ter com as outras. Essa determinação prévia vai auxiliá-los a decidir como irão observar a influência ou interinfluência existente entre as variáveis.

Observem a distinção que Shimakura apresenta entre variáveis qualitativas e quantitativas.

X

Tipos de variáveis

Sílvia Shimakura2

Variável é a característica de interesse que é medida em cada elemento da amostra ou população. Como o nome diz, seus valores variam de elemento para elemento. As variáveis podem ter valores numéricos ou não numéricos.

Variáveis podem ser classificadas da seguinte forma:

  1. Variáveis Quantitativas: são as características que podem ser medidas em uma escala quantitativa, ou seja, apresentam valores numéricos que fazem sentido. Podem ser contínuas ou discretas.
    1. Variáveis discretas: características mensuráveis que podem assumir apenas um número finito ou infinito contável de valores e, assim, somente fazem sentido valores inteiros. Geralmente, são o resultado de contagens. Exemplos: número de alunos, número de bactérias por litro de leite, número de cigarros fumados por dia.
    2. Variáveis contínuas, características mensuráveis que assumem valores em uma escala contínua (na reta real), para as quais valores fracionais fazem sentido. Usualmente devem ser medidas através de algum instrumento. Exemplos: peso (balança), altura (régua), tempo (relógio), pressão arterial, idade.
  2. Variáveis Qualitativas (ou categóricas): são as características que não possuem valores quantitativos, mas, ao contrário, são definidas por várias categorias, ou seja, representam uma classificação dos indivíduos. Podem ser nominais ou ordinais.
    1. Variáveis nominais: não existe ordenação dentre as categorias. Exemplos: sexo, cor dos olhos, fumante/não fumante, doente/sadio.
    2. Variáveis ordinais: existe uma ordenação entre as categorias. Exemplos: escolaridade (1°, 2º, 3º graus), estágio da doença (inicial, intermediário, terminal), mês de observação (janeiro, fevereiro,...,dezembro).

As distinções são menos rígidas do que a descrição acima insinua.

Uma variável originalmente quantitativa pode ser coletada de forma qualitativa.

Por exemplo, a variável idade, medida em anos completos, é quantitativa (contínua); mas, se for informada apenas a faixa etária (0 a 5 anos, 6 a 10 anos, etc...), é qualitativa (ordinal). Outro exemplo é o peso dos lutadores de boxe, uma variável quantitativa (contínua) se trabalharmos com o valor obtido na balança, mas, qualitativa (ordinal), se o classificarmos nas categorias do boxe (peso-pena, peso-leve, peso-pesado, etc.).

Outro ponto importante é que nem sempre uma variável representada por números é quantitativa.

O número do telefone de uma pessoa, o número da casa, o número de sua identidade. Às vezes, o sexo do indivíduo é registrado na planilha de dados como 1, se for masculino, e 2, se for feminino, por exemplo. Isto não significa que a variável sexo passou a ser quantitativa!

2 Id. Ibid.

Resumidamente, vocês devem formular uma pergunta de forma clara e precisa (não esqueçam o porto de interrogação). Essa pergunta deve poder ser respondida ao final da execução da pesquisa. Deve, também, ser delimitada, ou seja, ter uma dimensão viável, de forma que vocês possam respondê-la com os recursos intelectuais e materiais de que dispõem. Além disso, ela deve poder ser respondida no tempo disponibilizado para esse fim.

Depois que tiverem formulado o problema, podem, se for necessário, desmembrá-lo em outros menores. Assim, terão várias perguntas a serem respondidas pela pesquisa.

Entrem no Fórum “Formulação do Problema” e incluam os seus “problemas de pesquisa”. Além disso, comentem o que foi postado por, pelo menos, um de seus colegas.

1 SHIMAKURA, S. Bioestatística. Disponível em:
<http://www.leg.ufpr.br/~silvia/CE055/ce055.html> Acesso em: 23 dez. 2008.

Veja o exemplo.

X

Qual a contribuição das mídias rádio e informática para o desenvolvimento do conhecimento matemático de alunos de séries iniciais?

Hipóteses

X

Nem todo trabalho científico exige a formulação de hipóteses. Não raro, relativamente às pesquisas na área de Ciências Humanas e Sociais, o pesquisador não faz idéia de onde chegará com seu trabalho, em razão da impossibilidade de se preverem resultados a partir de determinadas realidades sociais, entre outros fatores. Lidar com seres humanos, com suas idiossincrasias, muitas vezes, torna inviável formular hipóteses.

Ademais, a formulação de hipóteses está estreitamente ligada á ciência moderna e, logo, à idéia de previsibilidade, de preditibilidade e de causalidade linear. Entretanto, sabemos que, nas relações ente seres humanos, é impossível definir causas ou efeitos possíveis com a certeza que a física moderna exigia em relação aos fenômenos do nosso mundo macrofísico.

De qualquer modo, dependendo da natureza do problema, é possível formular alguma(s) resposta(s) possível(is) para ele. Essa resposta é a solução antecipada para um problema de pesquisa, é uma suposição, provável e provisória, isto é, uma hipótese.

Hipótese é sempre uma conjectura inteligente, em relação a um problema, numa tentativa de explicação satisfatória dos fenômenos envolvidos. Como norma, as hipóteses buscam oferecer explicações gerais de relação ou de causalidade, pelas quais os fenômenos se comportam de determinada maneira. (MARINHO,1980, p. 29)

Somente após a realização da pesquisa, ela poderá ser corroborada (confirmada) ou falseada (negada). Mesmo que se confirme como verdadeira, a evolução científica poderá negá-la ou apontar seus limites e/ou insuficiências posteriormente. Por outro lado, se, no final da pesquisa, a hipótese não se configurar como verdadeira, ou seja, se ao final da pesquisa uma resposta não esperada for obtida, ainda assim terá validade científica.

Podem ser formuladas várias hipóteses, dependendo da abrangência do problema. Novamente, chamo atenção para a importância da leitura sobre o tema, antes de se debruçarem sobre o projeto, pois, ao compreenderem melhor o assunto escolhido, maior facilidade terão em formular as hipóteses de trabalho.

Resumindo: Podemos considerar a hipótese como um enunciado geral de relações entre variáveis (fatos, fenômenos), que deve ser formulada como solução provisória para determinado problema.

A hipótese, segundo Marconi e Lakatos (2006), deve apresentar caráter explicativo ou preditivo, ser compatível com o conhecimento científico já existente (coerência externa) e revelar consistência lógica (coerência interna).

Formulação das hipóteses: Segundo Marconi e Lakatos (2004, p. 141), há várias maneiras de formular hipóteses, mas a mais comum é: Se “x, então y”. Onde x é a causa e y, o efeito. Pode-se formular, também, assim: “Se x, então y, sob as condições r e s” ou “Se x1, x2 e x3, então y

A seguir, exemplos de formulação de hipóteses:

  1. a) Se privação do aluno quanto ao acesso a diferentes mídias na atualidade, então deficiência em compreender determinados discursos escolares.
  2. b) Se acesso a diferentes mídias( x), então progresso na aprendizagem (y), dado sexo masculino ( r) e classes populares(s).
    OU
  3. c) Se acesso a diferentes mídias (x1), e sexo masculino (x2) e classes populares (x3), então progresso na aprendizagem (y).

É possível formular hipóteses de forma categórica em vez da maneira condicional. Exemplos:

O educando, do sexo masculino, privado do acesso a diferentes mídias, apresenta dificuldades em compreender determinados discursos escolares.

O acesso a diferentes mídias aos alunos do sexo masculino, pertencente às classes populares, propicia o progresso na aprendizagem.

Tipos de hipóteses:

Uma hipótese pode estar relacionada a um caso específico, muito particularizado, ou pode valer de forma generalizada. Este último caso significa que, desde que condições específicas estejam presentes, deverá ocorrer determinado fenômeno.

Uma hipótese pode, também, relacionar a freqüência com que ocorre um fenômeno dada uma determinada causa ou, ainda, referir-se a interinfluências entre variáveis, entre outras possibilidades que dependerão do objetivo do pesquisador.

Vejam o exemplo de formulação de hipóteses.

X

Na forma condicional:

Se utilização das mídias rádio e informática, então desenvolvimento do conhecimento matemático em alunos de séries iniciais.

Na forma categórica:

A utilização das mídias rádio e informática no ensino de matemática propicia o desenvolvimento do conhecimento matemático de alunos de série iniciais.

Se essa informação não se aplicar aos seus projetos, explicitem isso.

Entrem no Fórum “Formulação de Hipóteses” e incluam as hipóteses de seus trabalhos. Além disso, comentem o que foi postado por, pelo menos, um de seus colegas.

Objetivos

X

Objetivo, segundo Ferreira (1986, p. 1208) é sinônimo de objeto e significa “o ponto de convergência duma atividade; é o que o sujeito tem em mira; designo: o que é real ou realizável e se torna motor da ação do sujeito”.

Em outras palavras, o objetivo representa o propósito do trabalho, aquilo que se quer atingir e, em dicionários, é apresentado como sinônimo de meta.

Entretanto, existe, na literatura, uma distinção entre objetivos e metas. Para alguns autores, objetivo é algo abstrato, por exemplo: “contribuir para a melhoria do ensino de Física”. As metas, por outro lado, representariam algo concreto, por exemplo: “introduzir o radioweb como recurso no ensino da física para alunos portadores de deficiência auditiva”.

Outros estudiosos definem objetivos e metas justamente ao contrário. Percebe-se que, embora estabeleçam essa distinção, não há consenso. Sendo assim, neste curso, adotaremos o conceito de objetivo como algo que se pretende alcançar por ação(ões) clara(s) e específicas(s).

As ações referem-se à metodologia que irão adotar. Digamos que, na parte de operacionalização do projeto, pretendem introduzir os recursos rádio e televisão ao ensino de matemática (uma ação). Nesse caso, um objetivo específico poderá ser expresso dessa maneira: “Possibilitar a vivência quanto ao uso de recurso midiático em situação de aula”.

Em um projeto, dividem-se os objetivos em Geral e Específicos. O Objetivo Geral deve ser compreendido como o fim a que se pretende chegar com a pesquisa. Há um único Objetivo Geral por projeto.

Os Objetivos Específicos, por seu turno, devem ser entendidos como metas intermediárias, como passos suficientes e necessários para que vocês alcancem o Objetivo Geral. Podem ser considerados como etapas (tantas quantas forem necessárias) a serem cumpridas para que possam atingir o Objetivo Geral. Eles devem ser apresentados sob forma de tópicos.

Ambos os objetivos devem ser redigidos com verbos no infinitivo (um único verbo por objetivo, sob pena de o pesquisador perder-se de seu objeto de pesquisa).

Observem o exemplo.

X

6 OBJETIVO GERAL

Verificar o desenvolvimento do conhecimento matemático de alunos de séries iniciais, com o auxílio do rádio em ambiente informatizado.

6.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

6.1.1 Estabelecer critérios de avaliação de aprendizagem;

6.1.2 Proporcionar aos alunos novas experiências de aprendizagem;

6.1.3 Possibilitar a vivência quanto ao uso de recurso midiático em situação de aula.

Entrem no Fórum “Objetivo Geral” e incluam o objetivo geral de suas pesquisas. Além disso, comentem o que foi postado por, pelo menos, um de seus colegas.

Justificativa

X

A justificativa, também chamada de razão da escolha ou relevância do tema, serve para o pesquisador evidenciar a importância da realização de seu trabalho. Vocês devem, nesta parte, explicitar os benefícios que serão produzidos pela execução de suas pesquisas.

Em outras palavras, escreve-se um pequeno texto para justificar por que o tema foi escolhido em lugar de tantos outros que também são importantes e que estão à espera de algum tipo de elucidação.

Não há necessidade de fazer citações neste item, uma vez que as informações contidas aqui, provavelmente, aparecerão na Fundamentação Teórica e estarão, por isso mesmo, devidamente embasadas.

Observem o exemplo.

X

Diversos estudos têm evidenciado que o ensino da matemática, no sistema educativo, é aquele ao qual, ao lado do de Língua Portuguesa, os estudantes atribuem maior dificuldade de entendimento.

As dificuldades relacionadas à aprendizagem de Matemática relacionam-se a diversos motivos, entre eles, encontram-se os processos repetitivos e mecânicos geralmente adotados pelos professores dessa área.

Além disso, uma crítica bastante comum a esse ensino, refere-se à carência de contextualização de seus conteúdos.

Embora haja inúmeras pesquisas desenvolvidas a respeito da educação matemática, um número significativo de professores continua priorizando a racionalidade instrumental.

Esses resultados apontam para a necessidade de se desenvolverem estudos que apontem para alternativas, configuradas em propostas de ensino de matemática mais atrativas e plenas de significado, de modo a favorecer o processo de aprendizagem.

Dentre as possibilidades ora existentes para esse fim, encontra-se a articulação entre as mídias rádio e informática, um campo ainda pouco estudado, no que diz respeito às suas possibilidades de contribuir com o fazer pedagógico.

Propiciar condições de aprendizagem nessa área proporcionará uma maior mobilidade vertical dos estudantes na estrutura social.

Sendo assim, verificar o desenvolvimento do conhecimento matemático, utilizando a congregação das mídias rádio e informática é a razão deste trabalho.


ATENÇÃO: Observem que, entre os dois últimos parágrafos, deveria, ainda, haver a inserção de um conteúdo que evidenciasse alguma(s) possibilidade(s) de utilização e articulação dessas mídias ou algo nesse sentido. Seria interessante, também, trazer à luz questões relativas à aprendizagem de alunos de séries iniciais.

Entrem no Fórum “Justificativa” e incluam um texto com, pelo menos, quatro parágrafos, cujo teor justifique a escolha do tema de suas pesquisas. Além disso, comentem o que foi postado por, pelo menos, um de seus colegas.

Fundamentação Teórica

X

O item Fundamentação Teórica, também chamada de Referencial Teórico, Estado da Arte do Conhecimento, Quadro Teórico, Marco Teórico, Pressupostos Teóricos ou Revisão da Literatura engloba um conjunto de informações científicas, extraídas, entre outros, de livros, periódicos e revistas científicas.

No Projeto de Pesquisa, a Fundamentação Teórica não precisa ser exaustiva, mas essa investigação deve incorporar as obras mais relevantes que versam sobre o tema que vocês escolheram estudar, para demonstrar que não “vão chover no molhado” e que conhecem o tema (o que já foi estudado sobre ele) com a profundidade requerida para a pesquisa que elegeram fazer.

Este é o momento de muito estudo, muita reflexão.

Nessa apresentação, deverão constar “citações diretas” (ou textuais ou literais), “indiretas” (ou conceituais ou livres), “citações de citações” e, se for o caso, “notas de rodapé”, redigidas de acordo com a NBR 10520/2002. Observem, também, as regras gerais para citações e notas de rodapé.

X

A citação direta é reprodução exata, ipsis litteris, do trecho que lhes interessa da obra e que deve aparecer entre aspas duplas. Observem, nos exemplos, os detalhes e as variações possíveis.

  1. “Ter internet na escola não resolve os problemas, fabrica novos, mas que são desafios interessantes” (FERRERO, 2006, p. 24).
  2. De acordo com Ferrero ( 2006, p. 24), “ter internet na escola não resolve os problemas, fabrica novos, mas que são desafios interessantes”.
    O autor de um texto pode, por alguma razão, ter salientado (em itálico, negrito ou sublinhado) alguma expressão. Quando isso acontecer, evidenciem com a expressão: “grifo do autor” ou “grifo dos autores”, conforme for o caso.
  3. “A incorporação da tecnologia, no caso a internet, nas escolas deve estar focalizada na necessidade de repensar estratégias de ensino e de aprendizagem, pois seu uso reorganiza, modifica e promove a construção de novas estruturas cognitivas (VIEIRA; AMARAL, 2003, p. 1, grifo dos autores).
    Se, por algum motivo, vocês sentirem a necessidade de destacar alguma expressão do trecho que citarem, também devem esclarecer com a expressão “grifo nosso”.
  4. Segundo Almeida (2005, p.20, grifos nossos), “o uso do computador facilita a pesquisa e a elaboração de trabalhos, mas não substitui o professor”.

Quando a citação ultrapassar três linhas, ela deverá ser transcrita em fonte com tamanho 10, em espaço simples, sem aspas e com um recuo de 4cm, a partir da margem esquerda. Para fazer o recuo, movimentem os marcadores da régua do Word até o número 4:

Pesquisadores que investigam o uso de computadores na educação alegam que a informática possui uma ação positiva para o desenvolvimento da capacidade cognitiva e provoca um rompimento da relação vertical entre alunos e professor da sala de aula tradicional, fazendo do aprendizado uma experiência mais cooperativa. As radicais transformações da informática nos anos noventa reforçaram ainda mais a adoção dessa tecnologia nos meios educacionais (FRANCO, 2000, p. 1).

Se, por outro lado, o autor cuja idéia vocês querem citar utiliza um parágrafo inteiro para expressá-la e, no entanto, vocês têm interesse apenas em partes do que está escrito, devem, então, utilizar colchetes com reticências, indicando a supressão que fizeram. Entretanto, não devem deixar de manter a coerência:

“A rede atrai os estudantes que [...] podem perder-se entre tantas conexões possíveis, tendo dificuldade em escolher o que é significativo, em fazer relações, em questionar afirmações problemáticas” (MORAN, 1987, p. 146).

Observem que, fora dos parênteses, o sobrenome dos autores citados mantêm somente a primeira letra maiúscula, mas, dentro deles, todas as letras são escritas em maiúsculas. Além disso, em citações diretas, é obrigatório indicar, além do ano de publicação da obra, o número da página de onde foi extraída a informação.

X

É uma citação em que vocês se apropriam da idéia de um autor, mas utilizam outras palavras para expressá-la. Nesse caso, vocês fazem uma paráfrase ou, se for o caso, uma metáfrase. Sendo assim, não se colocam aspas nesse tipo de citação. Entretanto, mantém-se a data de publicação.

X

Desenvolvimento do texto de um livro ou de um documento, conservando-se as idéias originais (FERREIRA, 1986, p. 1266).

X

Transposição de frase ou passagem em termos simples, para melhor compreensão (FERREIRA, 1986, p. 1126).

Por outro lado, não se coloca o número da página em que se encontra o assunto citado, porque poderá estar disperso pelo texto em que se encontra:

Trecho original do autor: Na Sociedade da Informação, dado o papel importante que nela desempenham as tecnologias de informática (computação, telecomunicações, meios de comunicação de massa), a educação tende a extravasar as paredes da sala de aula e os muros da escola e a ter lugar através de várias instituições (novamente a família, mas também as associações comunitárias, as igrejas, os sindicatos, as empresas, os cursos livres de curta duração, etc.) ou, então, através de mecanismos de educação não-formal, como os meios de comunicação de massa e as várias formas de educação mediada pela tecnologia (sem contato presencial).

Transformação em Citação Indireta: Segundo Chaves (1998), a educação não se restringe à escola e pode ser mediada pela tecnologia.

Pode ocorrer de uma determinada idéia encontrar-se esparsa em textos de diversos autores. Nesse caso, obrigatoriamente, a citação eleita é a indireta:

Reconhecidamente, as tecnologias de informática, especialmente as centradas no computador, são um desafio, cujo principal produto é a informação, tanto é que nossa sociedade foi batizada de “sociedade da informação” (ASSMANN, 1998; MARQUES, 2004; GUSMÃO, 2006; SEVERO, 2006; GONÇALVES, BARBOSA, ALVES, 2007).

X

Em princípio, um pesquisador deve utilizar fontes primárias, ou seja, deve ler o documento original que vai servir de base a seu estudo. Entretanto, nem sempre isso é possível ou porque o documento não existe mais ou porque não está acessível ou por algum outro motivo justificável.

Sendo assim, se durante a pesquisa, vocês se depararem com essa situação, podem valer-se de fontes secundárias. Para isso, utilizarão, como último recurso, a “citação de citação”. Para compor esse tipo de citação, utiliza-se a expressão apud que significa “citado por”, “conforme”, “segundo”.

Por exemplo, vocês estão lendo um livro de Araújo em que ele cita um importante trecho de Levy. Ao perceberem a indisponibilidade, por alguma razão, da obra de Levy, podem citá-lo mesmo assim, valendo-se da “citação de citação”

Isso pode ser feito por meio de citação direta (que pode ser curta ou longa):

Segundo Levy (1996, p. 24 apud ARAÚJO, 2007, p. 515),

Em oposição às primeiras tecnologias – mídias de massa – que se baseavam na comunicação de um para todos, o computador trouxe a novidade do dispositivo comunicacional, que tornou possível a comunicação todos-todos, a qual caracteriza a criação de um espaço virtual de vivência entre humanos e informação e, ainda, o permanente estado de mudança dessas informações em virtude da atualização e da intervenção dos usuários/aprendentes.

Ou, ainda, gostariam de utilizar uma citação de Jonassen que encontraram no livro de Gunawardena, de forma indireta:

A EAD está assumindo uma abordagem centrada na aprendizagem de significados, em uma perspectiva construtivista (JONASSEN, 1994 apud GUNAWARDENA, 1998).

Observem que, nesses casos, constarão somente Araújo e Gunawardena nas referências no final do Projeto ou do Artigo.

Confiram algumas regras gerais para a redação de citações.

X

Ainda, segundo a NBR 10520/2002:

  1. Se o trecho que desejam citar de forma direta apresenta alguma expressão entre aspas, realcem isso, utilizando-se de aspas simples.
  2. Se utilizarem mais de um autor com o mesmo sobrenome, com publicações no mesmo ano, além do sobrenome, indiquem as iniciais dos prenomes. Se ainda assim permanecer a coincidência, escrevam os prenomes por extenso.
  3. Se citarem entidades coletivas conhecidas por siglas (IBGE, ABNT, etc), citem-nas por extenso, acompanhadas pela sigla. Entretanto, se forem citá-las mais de uma vez, coloquem só a sigla, a partir da segunda citação.
  4. Se existir a necessidade de suprimir parte da citação, desde que não se altere o sentido, indica-se essa supressão pelo uso de colchetes com reticências [...] no início, meio ou final da citação. Se for necessário omitir uma linha ou até parágrafos, indica-se por uma linha inteira pontilhada no lugar do trecho que foi omitido.
  5. Se houver necessidade, na citação, de vocês tecerem algum comentário, fazerem qualquer tipo de interpolação ou explicação, esses acréscimos ficam entre colchetes.
  6. Se, no trecho citado, houver alguma erro ortográfico ou lógico, deve-se utilizar a palavra sic, entre colchetes [sic], imediatamente após a ocorrência. Sic significa “assim mesmo”, “conforme o original” ou “segundo informações colhidas”.
  7. Se houver alguma dúvida em relação a alguma palavra ou frase de uma citação, coloca-se um ponto de interrogação, entre colchetes, após o trecho que gerou insegurança.
  8. Quando fizerem a tradução de uma citação, acrescentem a expressão “tradução nossa” (sem aspas), após os dados costumeiros, entre parênteses.

X

As notas de rodapé, regidas pela NBR 10520/2002, são caracterizadas por números ou letras que aparecem em seqüencia, no corpo do trabalho, apresentados no final da citação.

Esse é um excelente recurso utilizado para esclarecer algo, na própria página, sem ferir a seqüência do texto. São observações, comprovações, justificativas, exemplos, recomendações ou acréscimos que, se fossem incluídos no corpo de texto, diminuiriam seu grau de legibilidade, prejudicando o entendimento da seqüência lógica.

Nesse caso, são chamadas de “notas explicativas” que podem, inclusive, remeter o leitor a outras partes do próprio texto ou a outras obras.

Essas notas servem, também para apontar as referências, conforme forem sendo feitas as citações. Nesse caso, são chamadas de “notas de referência”. Mas isso não exime a necessidade de colocá-las no espaço destinado a elas no final do trabalho. De qualquer modo, como essas notas devem restringir-se ao indispensável, é conveniente observar a pertinência de usar esse espaço com referências.

Para escrever uma nota de rodapé, basta colocar o cursor no final da palavra a que querem referir-se na nota e, depois, com o mouse, devem clicar em “inserir”, “referência”, “notas”, escolher “notas de rodapé” e clicar em “inserir”.

Automaticamente, vai aparecer o espaço a ser preenchido pelo conteúdo que desejarem inserir, já de acordo com as normas para notas de rodapé, ou seja, em fonte tamanho 10 e em espaço simples, sem entrada de parágrafo. Depois, é só colocar o cursor novamente na parte do texto em que estavam antes dessa operação.

Quando forem referir-se a uma obra em Nota de Rodapé, a indicação deve ser completa. Se forem referenciar novamente o mesmo autor e/ou a mesma obra, em seqüência, podem utilizar abreviaturas como “Idem ibidem” ou “Id. Ibid.” (sem as aspas) que significam, respectivamente, “o mesmo autor” e “no mesmo lugar/na mesma obra”. Se a referência for feita ao mesmo autor, mas em obra diferente, usa-se, somente o “id.”, acrescentando-se as informações sobre a obra de onde foi retirada a citação.

Confiram algumas regras gerais para a redação de notas de rodapé.

X
  1. Se forem utilizar as notas de referência, sigam o mesmo padrão exigido para as que se localizam no final do trabalho, conforme veremos no último tópico do projeto.
  2. Se obtiverem dados por informação oral (entrevistas, palestras...), após redigi-los, coloquem, entre parênteses, o esclarecimento “informação verbal” (sem as aspas), após as informações sobre o autor, no corpo do texto. Em nota de rodapé, prestem todas as informações disponíveis: autor, evento ou circunstância, tradutor, se houver, data completa, etc.
  3. Se citarem dados localizados em trabalhos não publicados, ou que estão em vias de ser publicados, elucidem isso em nota de rodapé, após colocarem todas as informações disponíveis. No primeiro caso, coloquem, entre parênteses, a expressão “em fase de elaboração” (sem as aspas). No segundo caso, em que o trabalho se encontra em fase de impressão, utilizem a expressão “no prelo” (sem as aspas).
  4. Se houver a necessidade de transcrição textual de um trecho de uma obra em nota de rodapé, utilizem aspas, mesmo que a extensão ultrapasse três linhas.

Não se trata de copiar o que os autores escreveram, de fazer uma colagem do que já foi escrito, mas de, após uma leitura reflexiva, eleger as informações significativas a serem apresentadas. A voz de vocês deve, necessariamente, fazer parte do texto.

Nesse sentido, as citações servirão para introduzir, reforçar, explicitar, explicar, exemplificar, etc. reflexões feitas por vocês, ou seja, para fundamentar o que disserem.

A opção por um ou outro tipo de citação levará em conta a fluidez do texto, o grau de legibilidade, ou seja, deverá considerar o encadeamento com que desejam expressar suas próprias idéias.

Sempre que possível, procurem utilizar vocabulário técnico (uso de termos próprios da área de pesquisa); uniformizar alguns elementos (observar, em todo o texto a coerência quanto à forma de tratamento, pessoa gramatical, números, símbolos, unidades de medida, datas, horas, siglas, abreviaturas, fórmulas, equações, frações, títulos das partes do trabalho acadêmico etc), considerando o estilo próprio de redação que é peculiar a cada um de vocês, mas evitando a prolixidade.

Além disso, sejam modestos (não auto-elogiosos) e corteses, respeitando a autoria alheia (cuidado com o plágio!).

X

Vá ao menu “Dicas de leitura” e abra o arquivo com o texto “Expropriação da propriedade intelectual”, de Randal Fonseca(2004)3.

Plagiar, segundo o dicionário é “assinar ou apresentar como seu (obra artística ou científica de outrem)" (FERREIRA,1986, p. 1343).

O plágio é considerado uma infração da lei nº 9.610, de 19.02.98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais, publicada no D.O.U. de 20.02.98, Seção I, pág. 3.

Há importantes sites em que encontrarão farto material para suas pesquisas. Alguns, relacionados com ciência no Brasil e no exterior, não são encontrados pelos buscadores comuns. Tive o privilégio de receber alguns por e-mail ou de ser presenteada com outros por algumas bibliotecárias. Meu único esforço foi o de uni-los e repassá-los a vocês.

Assim, além das fontes que já elegeram ou ainda selecionarão, acessem a lista de sites e bons estudos!

Entrem no Fórum “Fundamentação Teórica” e incluam a lista de três autores e as obras associadas a eles que podem contribuir para o entendimento de seus temas. Se for possível, sugira alguma literatura a ser abordada por um de seus colegas.

3 FONSECA, R. Expropriação de propriedade intelectual. 2004. Newsletter. Disponível em: <http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=newsletter&id=3> Acesso em: 17 out. 2008.
4 Se desejarem, façam o download, através do seguinte site: http://www.farejadordeplagio.com.br.

Metodologia

X

Neste espaço do projeto, vocês devem escrever um texto, esclarecendo questões relativas à operacionalização da pesquisa que implementarão, ou seja, deverão esboçar o planejamento da execução do trabalho.

É o momento de explicitar o tipo de pesquisa e os procedimentos necessários a sua realização: o(s) método(s), que inclui(em) as técnicas e/ou instrumentos de coleta de dados que serão adotados, o(s) tipo(s) de tratamento(s), análise e interpretação que os resultados vão sofrer.

X

Para descrever a metodologia de uma pesquisa, define-se, primeiramente, o tipo de pesquisa que será implementada. O que vai definir, de fato, o tipo de pesquisa são os objetivos que o pesquisador pretende alcançar.

Alguns tipos são próprios das ciências sociais, embora possam ser utilizados por outras áreas.

Há diversos tipos de pesquisa, classificadas de um ou outro modo, de acordo com suas características ligadas a sua natureza, objetivos, modo de obtenção e tratamento de dados, etc. Cada tipo possui, além de um núcleo comum de procedimentos, suas peculiaridades próprias.

Neste tópico, vamos nos deter em algumas modalidades de pesquisa e suas características, esperando que possam auxiliá-los na condução de suas pesquisas.

A definição do tipo de pesquisa e, conseqüentemente, dos métodos, procedimentos e técnicas a serem adotados depende dos objetivos do investigador. Se a pretensão é pesquisar questões ocorridas no passado, a pesquisa, em princípio, será histórica, utilizando-se os procedimentos vinculados a ela, por exemplo.

Embora conceitualmente haja divisões e subdivisões entre os tipos de pesquisa, as fronteiras entre umas e outras não são muito nítidas. Isso ocorre, muitas vezes, porque, no caminho para atingir seu objetivo, o pesquisador poderá necessitar valer-se de métodos, técnicas e/ou instrumentos de mais de uma delas (DEMO, 2000). Isso significa que as metodologias estão a serviço da pesquisa e não vice-versa.

É importante salientar que a distinção entre teoria e prática é meramente teórica. O próprio pensamento já é uma ação (MORA, 2001). Entretanto, à guisa de sistematização, as pesquisas são distinguidas. De acordo com a natureza, a pesquisa caracteriza-se como teórica (pura ou básica) ou prática (aplicada).

A pesquisa pura trata-se de uma investigação que é dedicada a construir e “reconstruir teoria, conceitos, idéias, ideologias, polêmicas, tendo em vista, em termos imediatos, aprimorar fundamentos teóricos" (DEMO, 2000, p. 20).

Em outras palavras, a pesquisa teórica, em princípio, a partir de conhecimentos preexistentes, objetiva produzir mais conhecimento.

Por outro lado, a pesquisa aplicada, utilizando-se dos resultados das pesquisas teóricas, vincula-se a uma finalidade prática, buscando soluções para problemas concretos (MARCONI, LAKATOS, 2006).

É claro que a pesquisa teórica, a partir de suas conclusões, pode proporcionar uma intervenção posterior, mas esse não é o objetivo da pesquisa em si. Por outro lado, a partir de pesquisas práticas, também podem ser criadas teorias.

São, portanto, tipos de pesquisa que não se excluem, tampouco se opõem.

Uma outra caracterização possível relaciona-se ao modo de abordagem dos dados, ao tipo de tratamento dado às informações obtidas (refere-se ao olhar do pesquisador sobre os dados). Sob essa perspectiva, as pesquisas podem ser quantitativas ou qualitativas.

A pesquisa quantitativa apresenta, como objeto de estudo, tudo o que é dimensível, o que significa exprimir, em números, julgamentos e informações para classificá-los e analisá-los. Demanda a utilização de recursos e de técnicas estatísticas. (MINAYO, 2007; MARCONI, LAKATOS, 2006).

Entretanto, há pesquisas eminentemente qualitativas que se utilizam de análises quantitativas.

“Atualmente, na área da pesquisa educacional, excluindo análises de dados de avaliações de rendimento escolar realizadas em alguns sistemas educacionais no Brasil, poucos estudos empregam metodologias quantitativas [...]No entanto, há problemas educacionais que, para sua contextualização e compreensão, necessitam ser qualificados através de dados quantitativos. Por exemplo, como compreender a questão do analfabetismo no Brasil, e discutir políticas em relação a esse problema, sem ter dados sobre seu volume e a sua distribuição segundo algumas variáveis, como gênero, idade, condição socioeconômica, região geográfica, cidade-meio rural, etc. Os números aqui se tornam muito importantes e suas relações também. [Há], na área educacional, dois comportamentos típicos: ou se acredita piamente em qualquer dado citado (muitas vezes dependendo de quem cita - argumento de autoridade), ou se rejeita qualquer dado traduzido em número, por razões ideológicas reificadas, a priori.
No emprego dos métodos quantitativos precisamos considerar dois aspectos, como ponto de partida: primeiro, que os números, freqüências, medidas, têm algumas propriedades que delimitam as operações que se podem fazer com eles, e que deixam claro seu alcance; segundo, que as boas análises dependem de boas perguntas que o pesquisador venha a fazer, ou seja, da qualidade teórica e da perspectiva epistêmica na abordagem do problema, as quais guiam as análises e as interpretações. Sem considerar estas condições como ponto de partida, de um lado, corre-se o risco de usar certos tratamentos estatísticos indevidamente, e, de outro, de não se obter interpretações qualitativamente significativas a partir das análises numéricas. Em si, tabelas, indicadores, testes de significância, etc., nada dizem. O significado dos resultados é dado pelo pesquisador em função de seu estofo teórico. Os métodos de análise de dados que se traduzem por números podem ser muito úteis na compreensão de diversos problemas educacionais” (GATTI, 2004, p. 1).

A Pesquisa qualitativa, por seu turno,

“considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e atribuição de significados são básicos no processo qualitativo. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem” (SILVA, MENEZES, 2001, p. 20).

Esse tipo de abordagem é voltada ao processo de ocorrência dos fenômenos pesquisados, aos quais busca interpretar e atribuir significados, sem, em princípio, a utilização de técnicas e métodos estatísticos. Os dados são obtidos no ambiente natural e o pesquisador é o seu principal instrumento. Geralmente, os pesquisadores se valem da indução durante a análise dos dados (MARCONI, LAKATOS, 2006).

O pesquisador lida com dados simbólicos, situados em um determinado contexto que, concomitantemente, desvelam algo da realidade, ao mesmo tempo em que obscurecem parte dela. Esse autor exemplifica esse tipo de pesquisa, dizendo que basta que um transeunte perceba a aproximação de um caminhão, para tomar a decisão de não atravessar a rua, não havendo necessidade de conhecer peculiaridades ligadas a peso, velocidade ou locus de partida e de chegada relacionados ao caminhão. O veículo é reconhecido como símbolo de velocidade e força e, para objetivar a travessia da rua, essa informação basta (MAANEM, 1979).

Assim, reconhece-se que há muitas situações em que a possibilidade de quantificação é dispensável.

Por outro lado, em muitas investigações, a combinação de dados provenientes de abordagens quantitativas e qualitativas enriquecem o processo de análise interpretativa (SOUZA, GOMES, 2003).

No quadro dessas quatro primeiras quatro classificações, enquadram-se as diferentes formas de fazer ciência. É possível estabelecer algumas distinções e/ou subdivisões, não estanques e nem conclusivas, que contribuem para o entendimento da questão metodológica. Essas distinções não são rígidas e relacionam-se, basicamente, às variações de objetivos e de procedimentos técnicos.

Numa primeira subdivisão, encontram-se as pesquisas bibliográficas, as experimentais, as descritivas e as explicativas, cujas características permitem perceber uma maior aproximação de umas e outras com os estudos teóricos ou práticos e/ou com as abordagens qualitativas ou quantitativas.

Há outras aproximações como, por exemplo, a da pesquisa bibliográfica com a documental e a histórica. Além disso, os desdobramentos da pesquisa descritiva também mantêm pontos de contato com outras possibilidades de investigação. Ademais, a pesquisa explicativa pode ser vista como um desdobramento da descritiva.

Entre os diversos tipos já classificados, elenco alguns, de modo sucinto, para que vocês possam pesquisá-los em maior profundidade, após identificá-los com os seus propósitos. Nesse rol, inclui-se o Estudo de Caso, considerado um desdobramento da pesquisa descritiva (KÖCHE, 2001).

Sintam-se à vontade para descobrir e percorrer outros caminhos, além destes que arrolo a seguir: pesquisa bibliográfica, pesquisa histórica, pesquisa documental, pesquisa descritiva, pesquisa explicativa, pesquisa-ação, pesquisa participante, estudo de caso, pesquisa etnográfica, survey, pesquisa metodológica.

X

É elaborada a partir de material já publicado - livros, artigos de periódicos, material disponibilizado na Internet (MINAYO, 2007; MARCONI, LAKATOS, 2006). Busca elucidar um problema, a partir de referências teóricas expressas em documentos.

A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir que o pesquisador cubra de forma mais ampla seu objeto de pesquisa.

Por outro lado, como lida com dados produzidos por outros, há o risco de eles terem sido coletados ou analisados equivocadamente. Utilizar várias fontes tende a amenizar esse problema.

À medida que o pesquisador lê sobre um assunto, amplia o olhar sobre ele, capacitando-se a criar uma síntese para, a partir do dito, apresentar o não dito, o novo, o que foi percebido nas entrelinhas e nas interrelações entre os textos pesquisados. Essa síntese representará suas conclusões ou considerações sobre o assunto.

A investigação de trabalhos alocados na internet deve ser cuidadosa. Em princípio, tudo o que ela contém pode servir como material de pesquisa. Um pesquisador pode fazer uma pesquisa nos blogs para verificar aspectos lingüísticos, por exemplo.

Entretanto, se o objetivo for verificar resultados de pesquisa sobre determinado assunto, é necessário ter cautela quanto à escolha de sites e fontes.

X

Interessa-se em descrever e comparar usos, costumes, tendências e diferenças, através da documentação que tem relação com ocorrências do passado (ALMEIDA, 1996). É bastante semelhante à pesquisa bibliográfica.

X

Esse tipo de pesquisa é muito semelhante à bibliográfica e à histórica.

Talvez a maior distinção refira-se à natureza dos dados com os quais lida, já que inclui fontes não escritas como fotografias, desenhos, pinturas, objetos de arte, escritos em paredes de banheiro, etc.

Conforme Gil (2008), na pesquisa documental, existem os documentos de primeira mão, ou seja, aqueles que não receberam nenhum tratamento analítico tais como os documentos conservados em órgãos públicos e instituições privadas; e os documentos de segunda mão que, de alguma forma, já foram analisados tais como os relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas e outros.

X

A pesquisa descritiva objetiva conhecer e interpretar a realidade sem nela interferir para modificá-la Esse tipo de pesquisa revela as características de uma população ou fenômeno. Geralmente, baseia-se em amostras grandes e representativas, começando por um levantamento (survey) longitudinal (coleta de informações ao longo do tempo) ou transversal (coleta de informações num tempo determinado). Nesse tipo de pesquisa, o investigador, sem interferir no objeto pesquisado, procura descobrir a freqüência com que um fato ocorre, sua natureza, características, relações com outros fatos, etc. (SILVA, 2003).

Assim, seu trabalho é observar, registrar, analisar, classificar e interpretar os dados, utilizando-se de técnicas e/ou instrumentos como a entrevista, o formulário, o questionário, o teste e a observação, entre outros (ALMEIDA, 1996, p. 104).

X

Esse tipo de pesquisa assemelha-se à descritiva, pois o investigador realiza os mesmos passos em uma e em outra. Mas, após a interpretação dos dados, procura identificar os fatores determinantes, e ocupa-se em saber o "porquê", as causas de determinado fenômeno (GIL, 2008). Ao explicar os fatos, não se restringe, portanto, a descrevê-los.

X

A pesquisa-ação pode ser definida como

“um tipo de pesquisa que tem base empírica e é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo, no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo e supõe uma forma de ação planejada, de caráter social, educacional, técnico ou outro” (Thiollent, 2000, p. 14)”.

O processo de conhecimento da população engajada na pesquisa e conseqüente ampliação de seu entendimento a respeito de uma situação particular faz parte da ação que levará à mudança em seu benefício (MARCONI, LAKATOS, 2006).

X

Guarda semelhança com a pesquisa-ação, pois o pesquisador também participa da situação ou problema de forma cooperativa. Por outro lado, ela não supõe planejamento prévio. Ele é construído junto aos participantes, objetos de pesquisa, que auxiliam na escolha das bases teóricas, dos objetivos, das hipóteses e na elaboração do cronograma de atividades (MARCONI, LAKATOS, 2006).

É um tipo de investigação por meio do qual se busca plena participação da comunidade na análise de sua própria realidade, com objetivo de promover a participação social para o benefício dos participantes da investigação. Esses participantes são os oprimidos, os marginalizados os explorados. Trata-se, portanto, de uma atividade educativa de investigação e ação social. Esse tipo de pesquisa privilegia a ciência popular, própria do conhecimento resultante do senso comum, pois percebe a ciência dominante como um mecanismo de manutenção do sistema vigente (BRANDÃO, 1985). Utiliza, como técnica, a observação participante.

X

Caracteriza-se por descrever um evento ou caso de uma forma longitudinal (ao loongo do tempo) e, geralmente, consiste em estudar profundamente uma unidade individual, tal como: uma pessoa, um grupo de pessoas, uma instituição, um evento cultural, etc. Esse tipo de estudo não segue uma linha rígida de investigação pode ser descritivo, exploratório ou explanatório. O descritivo descreve o fenômeno dentro de seu contexto. O exploratório lida com problemas pouco conhecidos, objetivando definir hipóteses ou proposições para futuras pesquisas. O explanatório objetiva explicar relações de causa e efeito, a partir de uma teoria (YIN, 2005).

Segundo esse autor, apesar das diferenças, eles mantêm pontos de contato.

X

Objetiva a descoberta de novos conceitos, novas relações, novas formas de entendimento de uma realidade. O pesquisador é um observador participante que conta com embasamento teórico e coloca a ênfase no processo em tempo real, tentando apreender a visão pessoal dos participantes, sem a pretensão de fazer modificações, de mudar o ambiente. O contato pode durar semanas, meses ou anos. Durante a pesquisa o planejamento e refeito em relação aos focos de investigação, bem como às técnicas e instrumentos de coleta e os fundamentos teóricos são repensados (ANDRÉ, 1995).

X

Pode ser descrita como a obtenção de dados ou informações sobre características, ações ou opiniões de determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma população alvo, mediante um instrumento de pesquisa, normalmente um questionário. Como características têm o interesse em produzir descrições quantitativas de uma população e faz uso de um instrumento predefinido. É apropriada quando queremos responder a questões como O quê?, Por quê?, Como? Quanto? (FREITAS et al. 2000).

X

Está interessada em questionar métodos e processos aceitos como científicos. Une, dependendo do tipo de método a ser questionado, a bibliográfica, a histórica, a documental, a descritiva, a explicativa e a experimental (DEMO, 2000).

Entrem no Fórum “Tipo de pesquisa” e esclareçam qual será o tipo de suas pesquisas.

X

Após classificarem suas pesquisas, definam o método de trabalho.

Define-se método como "o caminho para se chegar a determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento" (Gil, 2008).

Assim, o método é um caminho que o pesquisador elege para atingir seu objetivo. Esse caminho conta com um conjunto de etapas ou passos que envolvem as técnicas e instrumentos utilizados para obtenção de dados, bem como a forma de tratamento, análise e interpretação dos resultados.

É o momento de delinear a ação futura de vocês, elegendo as ações e os instrumentos necessários à consecução dos objetivos de suas pesquisas.

X

Se forem utilizar alguma técnica ou instrumento, elas devem compor o método que faz parte da metodologia.

Dependendo do tipo de pesquisa, utilizam-se instrumentos e/ou técnicas de coleta de dados. Alguns deles, depois de elaborados, devem ser testados.

Na literatura da área, determinados instrumentos são chamados de técnicas, bem como determinadas técnicas são chamadas de instrumentos, evidenciando que não há um consenso em relação a essas distinções.

Talvez, porque, mesmo a aplicação de instrumentos, como o formulário, por exemplo, exijam técnicas de elaboração e emprego.

Observem que a utilização de alguns deles, requer o envio de uma correspondência, aos futuros respondentes, contendo o propósito da pesquisa, incentivo à participação, instruções para o preenchimento, bem como para devolução do instrumento, além do agradecimento.

Neste espaço, são apresentados alguns instrumentos e/ ou técnicas de pesquisa.

1) Observação

A observação pode ser utilizada, isoladamente ou aliada a outras técnicas, em quase todos os tipos de pesquisa.

Segundo Köch (2001), de acordo com a finalidade e a forma como é executada, a observação pode assumir diferentes configurações.

  • Observação assistemática: ocorre sem o concurso de nenhuma outra técnica ou instrumento, não requer planejamento ou quesitos observacionais prévios. Também é chamada de espontânea, informal, simples, livre ou ocasional;
  • Observação sistemática: ocorre a partir de planejamento prévio, controle de tempo e periodicidade e recorre ao uso de anotações, recursos técnicos, mecânicos e eletrônicos, se for o caso. Também é chamada observação estruturada, planejada ou controlada;
  • Observação não-participante: o observador assume o papel de expectador, evitando envolvimento com o objeto de investigação;
  • Observação participante: o observador passa a fazer parte do objeto de pesquisa;
  • Observação individual: o observador é o único investigador do objeto;
  • Observação em equipe: vários investigadores observam o objeto, com o mesmo objetivo, mesmo que de lugares distantes e em tempos diferentes.

    2) Entrevista

    A entrevista também é utilizada como instrumento para coletar dados e auxiliar na detecção ou solução de problemas sociais (MARCONI, LAKATOS, 2002).

    Leiam o texto “Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em ciências sociais”, de Boni e Quaresma (2005), que se encontra no menu “Atividades”, analisem os diferentes tipos de entrevista e, se for o caso, adotem um deles como instrumento de suas pesquisas.

    3) Formulário

    É o documento, com campos pré-impressos, onde são preenchidos os dados e as informações. Geralmente, contém questões de escolha simples e/ou múltipla.

    Pode ser utilizado para qualquer tipo de informante, mesmo o analfabeto, pois o próprio pesquisador pode preenchê-lo, a partir das respostas que obtiver (ANDRADE, 2006).

    4) Questionário

    O questionário é um instrumento de investigação que comporta perguntas, abertas ou fechadas, apresentadas por escrito. As abertas permitem as mais variadas respostas e, por isso mesmo, são mais difíceis de tabular e analisar. As fechadas, ao contrário, contam com algumas possibilidades de resposta, previamente ponderadas pelo pesquisador (LAKATOS E MARCONI, 2002). A decisão de formular um tipo ou outro de pergunta depende do objetivo da pesquisa.

    Entrem no Fórum “Método e Instrumentos/Técnicas de Pesquisa”, esbocem o caminho que pretendem percorrer e elenquem os instrumentos e/ou técnicas que pretendem utilizar. Além disso, comentem o que foi postado por, pelo menos, um de seus colegas.

    Se alguma(s) dessas informações não se aplicarem aos seus projetos, explicitem isso.

  • X

    Dependendo do tipo de dados que obtiverem, poderá ser necessário que eles sofram algum tipo de tratamento, para que possam ser interpretados posteriormente.

    Assim, se esse for o caso, vocês devem, na parte de metodologia no Projeto, apontar o tipo de tratamento que eles sofrerão, após a coleta.

    Os dados podem ser tratados de forma quantitativa, através da utilização de procedimentos estatísticos (nesse caso, é necessário explicitar o tipo de análise estatística) ou de forma qualitativa, codificando-os, apresentando-os de forma mais estruturada e analisando-os, posteriormente. Numa análise qualitativa, é importante fazer uma seleção de dados, após a coleta, para evitar o excesso de informações e verificar a existência de discrepâncias. Se isso ocorrer, é necessário reaplicar o instrumento, se for esse o caso, evitando informações confusas e incompletas. Após, realiza-se uma classificação ou, como é comumente chamada, uma categorização, mediante um sistema de codificação (A1 = aluno 1; O = orientadora educacional, por exemplo). Essa representação auxilia a posterior apresentação gráfica dos resultados (ANDRADE, 2006).

    Percebe-se, então, que dados qualitativos também podem receber um tratamento estatístico. Para isso, vocês podem contratar o serviço de um profissional da área. Entretanto, a análise e discussão dos resultados obtidos por esse tratamento fica sob a responsabilidade de vocês.

    X

    Durante a análise e interpretação de resultados, é comum a todas as pesquisas, o uso dos métodos indutivo e dedutivo, além das inferências e da análise e síntese.

    X

    O argumento indutivo (direciona-se do particular para o geral) fundamenta-se na generalização de propriedades comuns, verificadas em um certo número de casos observados, a todas as ocorrências de fatos análogos que se processam no futuro.

    Há dois tipos de indução: a formal (Aristóteles é o maior expoente) e a científica (popularizada por Francis Bacon).
    A indução formal é submetida unicamente às leis do pensamento, tendo, como ponto de partida, todos os casos de uma espécie ou de um gênero, e não apenas alguns. Como no exemplo a seguir: ‘Os corpos A, B, C, D atraem o ferro. Ora, os corpos A, B, C, D são todos imãs. Logo, os imãs atraem o ferro’. Nesse tipo de indução, não há propriamente uma inferência, mas uma simples substituição de uma simples coleção de termos particulares por um termo equivalente. Esse processo é indutivo apenas na forma, visto que realmente passa dele para ele mesmo por ser a soma das partes igual ao todo. Esse é o motivo por que a indução formal é pouco utilizada.
    Indução científica é o raciocínio pelo qual se chega à conclusão de alguns casos observados a partir da espécie que os compreende e a lei geral que os rege. Ou, ainda, é o processo que generaliza a relação de causalidade descoberta entre dois fatos ou fenômenos e da relação causal que conclui a lei. Verifica-se, por exemplo, certo número de vezes, que o óxido de carbono paralisa os glóbulos sangüíneos; dessa observação infere-se que, sempre dadas as mesmas condições, o óxido de carbono paralisará os glóbulos sangüíneos. Essa indução é a alma das ciências experimentais. Sem ela a ciência não seria outra coisa senão um repositório de observação sem alcance (KÖCHE, 2001, p. 21).

    X

    A dedução (direciona-se do geral para o particular) é a argumentação que torna explícitas verdades particulares contidas em verdades universais.

    A técnica dessa argumentação consiste em construir estruturas lógicas, por meio do relacionamento entre antecedente e conseqüente, entre hipótese e tese, entre premissas e conclusão. O cerne da dedução é a relação lógica que se estabelece entre proposições, dependendo o seu vigor do fato de a conclusão ser sempre verdadeira, desde que as premissas também o sejam. Assim, admitindo-se as premissas, deve-se admitir também a conclusão; isso porque toda a afirmação ou conteúdo factual da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, nas premissas. O processo dedutivo, por um lado, leva o pesquisador do conhecido ao desconhecido, com pouca margem de erro; por outro lado, é de alcance limitado, pois a conclusão não pode possuir conteúdos que excedam o das premissas. Sendo assim, concluir que a dedução seja infrutífera e estéril é não perceber seu verdadeiro significado. Duas regras gerais são apontadas quanto à validade das conclusões do processo dedutivo: A) Da verdade do antecedente, segue-se a verdade do conseqüente (“Todos os animais respiram. Ora, o mosquito é animal. Logo, o mosquito respira”). B) Da falsidade do antecedente pode seguir-se a falsidade ou a veracidade do conseqüente ( “Todos os animais são quadrúpedes. Ora, o cisne é animal. Logo, o cisne é quadrúpede” – conseqüente falso. Ou então: “Toda árvore é racional. Ora, Gilberto é árvore. Logo, Gilberto é racional – conseqüente verdadeiro). O raciocínio dedutivo pode ser expresso pelo silogismo (duas premissas+conclusão), que poderá ter forma: A) categórica (“Todas as crianças têm pais. Ora, Gilberto é criança. Logo, Gilberto tem pais”.); B) hipotética: (“Se Henrique estudar, passará nos exames. Ora, Henrique estuda. Logo, passará nos exames”). No raciocínio dedutivo, a conclusão ou conseqüente está contida nas premissas ou antecedente. (KÖCHE, 2001, p.24).

    X

    Pelo processo de inferência, chega-se a conclusões a partir de uma ou várias proposições conhecidas nas quais está implicitamente contida.

    É imediata a inferência quando chegamos à proposição nova sem intermediários (“Nenhum homem é quadrúpede; --- Nenhum quadrúpede é homem).; e mediata quando há intermediários. [...]As inferências mediatas podem ser indutivas ou dedutivas. Assim, todas as conclusões a que se chega pelo raciocínio dedutivo ou indutivo têm por base inferências mediatas. A inferência, como se vê, é uma operação mental que leva a concluir algo a partir de certos dados antecedentes (KÖCHE, 2001, p.25).

    X

    A análise e a síntese fazem parte do método de René Descartes (tão criticado, mas de muita valia em determinados estudos).

    De forma resumida, no processo de análise, trata-se de dividir cada uma das dificuldades e abordá-las no maior número possível de parcelas que forem necessárias para melhor entendê-las.

    Por outro lado, em um processo concomitante, encontra-se a síntese que começa pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para, gradualmente, chegar-se ao entendimento dos mais complexos.

    Análise e síntese experimentais (operam sobre os fatos ou seres concretos, sejam materiais ou imateriais) distinguem-se da análise e síntese racionais (operam sobre idéias e fatos mais ou menos gerais (KÖCHE, 2001).

    Isso significa a necessidade imperiosa de, ao fazerem suas análises, não esquecerem a complexidade envolvida em seus objetos de pesquisa, ou seja, não devem esquecer de recompor o todo decomposto pela análise.

    Em outras palavras, a análise, por si só, não permite que se conheça um objeto, por outro lado, a síntese também não nos permite esse conhecimento, porque é impossível abarcar a complexidade envolvida neles.

    Assim, por mais detalhados que sejam esses processos, é importante contar com pontas soltas, inerentes a qualquer conhecimento, ou seja, com a impossibilidade de se conhecer completamente o que quer que seja.

    Disso decorre a necessidade de se contextualizar o objeto de estudo, de maneira que, ao final do trabalho, seja possível dizer onde se circunscreve a validade das afirmações sobre ele ou, dito de outro modo, que condições, em princípio, são necessárias para que uma conclusão seja considerada válida.

    Köche (2001) conceitua esses processos como formas de raciocínio ou de argumentação, ou seja, de reflexão que é dirigida, planejada. Embora sejam processos que se complementam, recorre-se a todos eles, na prática, para demonstrar a verdade das proposições submetidas à análise. Além disso, esse autor estabelece a diferença entre os dois tipos de indução: formal e científica.

    Entrem no Fórum “Tratamento, Análise e Interpretação de Resultados” e esclareçam como pretendem tratar, analisar e interpretar seus dados. Além disso, comentem o que foi postado por, pelo menos, um de seus colegas.

    Se alguma(s) dessas informações não se aplicarem aos seus projetos, explicitem isso.

    Além disso, dependendo de cada caso em particular, pode ser necessário indicar o local e o período de execução da pesquisa.

    X

    Dependendo do tipo de investigação e dos dados a serem analisados, a informação sobre o local e o período de execução da pesquisa poderá ser imprescindível, pois esses elementos indicativos poderão interferir nas e/ou validar as conclusões.

    Entrem no Fórum “Local e Período de Execução” e elucidem o lugar em que realizarão suas pesquisas e o intervalo de tempo necessário para essa finalidade.Além disso, comentem o que foi postado por, pelo menos, um de seus colegas.

    Se alguma dessas informações não se aplicar aos seus projetos, explicitem isso.

    Ademais, alguns de vocês poderão estar interessados em pesquisar uma realidade vasta que demande um recorte, caso contrário, a pesquisa corre o risco de tornar-se inexeqüível. Nesse tipo de caso, é necessário fazer uma amostragem.

    X

    Algumas vezes, o objeto de pesquisa é muito amplo (um corpo d’água; a totalidade de habitantes de uma cidade; todos os alunos e/ou a totalidade de professores de uma instituição) e inabarcável na sua totalidade.

    Nesses casos, para tornar a pesquisa exeqüível, é necessário investigar uma parcela, amostra dessa realidade, por um processo chamado pela estatística de “amostragem”.

    A população, também chamada de universo da pesquisa, é a totalidade dos elementos com determinada(s) característica(s) em comum, cujas propriedades podem ser estudadas a partir de subconjuntos (amostras). O processo de transformar a população em amostra, chama-se amostragem.

    Vá ao menu “Atividades” e leia o texto “O que é amostragem. Parte II”, de Francisco Cavalcante e Paulo Dragaud Zeppelini e saibam como proceder para selecionar a amostra em suas pesquisas, se for o caso.

    As informações que constarem na metodologia, devem ser escritas, utilizando-se verbos que indiquem a idéia de futuro, em um texto contínuo, de forma que a seqüência em que aparecerem propicie uma “visualização” do caminho que vocês desejam seguir.

    Lembrem-se, para implementar qualquer tipo de pesquisa, vocês precisam dominar a literatura da área, ou seja, necessitam conhecer autores e obras sobre o tema que escolherem investigar.

    Observem um exemplo redação da Metodologia, dentre outros que poderão escolher.

    X

    Esta pesquisa configura-se como......... (tipo de pesquisa), cuja operacionalização dar-se-á mediante a análise... (o objeto de pesquisa), os dados serão obtidos por meio de......(instrumento), aplicado .......(para quem).....(de que forma).

    A coleta será realizada em (lugar), no período (de tanto a tanto). Os dados serão organizados nas categorias..........,..........,.................. .

    A amostragem (método de seleção da amostra).......................

    Na análise e interpretação dos resultados será(ão) utilizado(s)........ (método(s) de análise dos dados).

    Notem que, essa é apenas uma possibilidade de redação. O importante é que esbocem, neste espaço, o planejamento de suas pesquisas. Quanto mais detalhado esse delineamento, mais frutíferas serão nossas discussões nos fóruns.

    Cronograma

    X

    No cronograma, vocês devem estipular o tempo que será despendido em cada atividade, sendo que o tempo total consumido pela realização do conjunto das tarefas não poderá extrapolar o período limite para entrega do Artigo.

    Vocês podem destinar intervalos maiores ou menores, de acordo com a necessidade de realização de cada tarefa em particular. Também é possível estabelecer os períodos em semanas, quinzenas, meses, bimestres, etc., dependendo das características das tarefas, que podem ser realizadas concomitantemente. 

    Vocês podem, também, colorir os espaços a serem assinalados no cronograma, em vez de utilizar o “x”, etc. O importante é que vocês estabeleçam uma maneira de evidenciar as tarefas a serem cumpridas, vinculadas ao tempo destinado para isso.

    A primeira e as três últimas tarefas, constantes no modelo de cronograma são obrigatórias.

    X

    PERÍODOS

    ATIVIDADES

    abr.maiojun.jul.ago.set.
    Levantamento de literaturaXXXXX
    Montagem do ProjetoX
    Coleta de dadosXX
    Tratamento dos dadosXX
    Redação do ArtigoXXXX
    Revisão do ArtigoX
    Redação do ArtigoX

    Sugiro que recheiem o miolo com as atividades explicitadas nos objetivos específicos, sem os verbos no infinitivo.

    Recursos

    X

    Geralmente, só há exigência de apresentação das listas do Material Permanente, do Material de Consumo e dos Recursos Humanos, dos valores associados a eles, quando o projeto é encaminhado a uma agência ou instituição fomentadora de pesquisa.

    Neste curso, entretanto, esse item é requerido para que vocês, durante o planejamento da pesquisa, verifiquem se têm à mão os recursos matérias e /ou humanos, enfim, todas as condições necessárias à execução da pesquisa.

    Referências

    X

    A redação de referências é regida pela NBR 6023/2002.

    Uma referência congrega elementos que identificam um documento. Elas podem aparecer em três locais de um documento: em notas de rodapé, no fim de texto ou capítulo, ou em lista de referências. Mesmo que sejam utilizadas as duas primeiras possibilidades, deverão ser repetidas na lista de referências localizada no final do trabalho, obrigatoriamente.

    Uma referência congrega elementos que identificam um documento. Elas podem aparecer em três locais de um documento: em notas de rodapé, no fim de texto ou capítulo, ou em lista de referências. Mesmo que sejam utilizadas as duas primeiras possibilidades, deverão ser repetidas na lista de referências localizada no final do trabalho, obrigatoriamente.

    Nas referências, consta somente o elenco de autores que foram efetivamente citados no Referencial Teórico, em ordem alfabética e colocando-se, havendo obras de um mesmo autor, as mais recentes em primeiro lugar.

    Se desejarem referenciar alguma(s) obra(s) que não foi(foram) citada(s), devem colocá-la(s) em um novo item sob o título “OBRAS CONSULTADAS”.

    As referências devem ser alinhadas à margem esquerda, com espaço simples entre linhas e dois simples para separar uma referência da outra. Nelas, indicam-se, desde que sejam conhecidos, os seguintes elementos: autor; título e subtítulo, se houver; edição; imprenta (local, editora e data); indicação de responsabilidade (organizador, coordenador, tradutor, revisor, compilador, ilustrador, adaptador, etc.); descrição física (editorial, ilustrações, ISBN – Internacional Standard Book Numbering, coleção, volume, série, nº de páginas, etc.).

    Dependendo da fonte de consulta, ora destaca-se o título, ora o nome da revista de onde foi extraído o artigo, etc. Esse destaque é feito utilizando-se o negrito, o itálico ou o sublinhado, mas deve ser uniforme em todas as referências em um mesmo documento.

    Neste Curso, a forma sugerida é o negrito, tendo em vista que favorece a visualização do elemento que foi ressaltado.

    Os subtítulos permanecem inalterados, ou seja, não são destacados. Se o título contiver dois pontos, salienta-se somente a parte anterior a eles.

    Em caso de dúvida quanto à fidedignidade das informações das referências, consulte os catálogos bibliográficos disponíveis na internet, como o SABI (no Brasil), a Web of Science ou o Catálogo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

    No menu “Atividades”, vocês vão encontrar dois manuais com instruções para elaboração de referências. Ambos se complementam.

    O primeiro é da Universidade Tiradentes, UNIT5, elaborado por Hortência de Abreu Gonçalves. O segundo é da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP6.

    No site http://www.rexlab.ufsc.br:8080/more/, há um mecanismo on line para geração automática de referências.

    5GONÇALVES, H. A. Normas para Referências, Citações e Notas de Rodapé da Universidade Tiradentes. Aracaju: UNIT, 2003. Disponível em: <http://www.unit.br/downloads/manuais/citacoes-e-referencias1.pdf> Acesso em: 12 nov. 2008.
    6UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Referência bibliográfica em trabalhos acadêmicos: ABNT/NBR 6023:2002. Manual de orientação. Campinas, 2009. Disponível em: <http://www.unicamp.br/fef/bibli/modelos_tcc/novos_modelos/referenciabibliografica_fev2009.pdf> Acesso em: 3 jan.2009.

    Apêndices

    X

    Este item é regido pela NBR 15287/2005.

    Trata-se de um espaço destinado a abrigar documentos (fotos, instrumentos de pesquisa, etc.) que forem elaborados pelo próprio autor do trabalho e que, se fossem alocados no corpo de trabalho, poderiam trazer algum tipo de prejuízo como, por exemplo, diminuir o grau de legibilidade do texto.

    Cada apêndice recebe uma letra maiúscula que o identifica (APÊNDICE A; APÊNDICE B e, assim, sucessivamente).

    Essas letras se sucedem e são separadas dos títulos por um travessão. Se o número de apêndices for tão volumoso a ponto de ultrapassar o número de letras do alfabeto, a partir desse momento duplica- se a letra identificadora.

    Exemplos:

    APÊNDICE A – Instrumento de avaliação de rendimento dos alunos da turma de controle

    APÊNDICE B – Instrumento de avaliação da turma foco da pesquisa

    APÊNDICE AA – Transcrição da entrevista com os professores

    APÊNDICE BB – Transcrição da entrevista com os alunos

    As páginas dos apêndices são numeradas na seqüência do trabalho

    Anexos

    X

    Este item é regido pela NBR 15287/2005.

    Tratam-se de documentos (fotos, mapas, etc.) dos quais vocês podem se valer, mas que foram elaborados por outros autores. Seguem as mesmas regras dos apêndices.

    Exemplos:

    ANEXO A – Registro fotográfico do desenvolvimento do projeto

    ANEXO B – Instrumento de avaliação utilizado no período anterior à pesquisa

    Seus projetos deverão estar concluídos ao final da quarta etapa deste módulo, quando deverão postá-los, contendo os itens contemplados por suas pesquisas, na Biblioteca; tema “Etapa 3”; sub-tema “Projeto de Pesquisa”.