Princípios de Aprendizagem
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A curiosidade

Assmann (2004, p. 15) demonstra a relevância pedagógica da “curiosidade aprendente”, lembrando que o aluno é curioso, que deseja saber. Esse Autor desmembra a curiosidade aprendente em “curiosidade estética”, que procura o belo como incentivador do conhecimento, e em “curiosidade solidária”, que está atrelada a inquietações éticas.

Satisfazer a curiosidade de aprender é despertar o prazer de conhecer3. Por outro lado, “com a perda da curiosidade, pouco a pouco também se vão perdendo as demais qualidades humanas”4.

Segundo esse autor, a curiosidade não pode ser ensinada ou imposta, pois emerge espontaneamente. Entretanto, ele acredita que há condições que favorecem ao lado das que inibem essa emergência do desejo de conhecer, às quais ele denomina de “campos geradores” e “campos inibidores”, respectivamente. Afirma, também, que não se pode adiar a satisfação de uma curiosidade sob pena de perder-se sua intensidade.

"É preciso refletir sobre alguns aspectos básicos do dinamismo da curiosidade: ela não se reduz a dúvidas, de modo que o professor não pode esperar por uma explosão de curiosidade se falou coisas do tipo: “durante a aula anotem as dúvidas” ou “As perguntas ficam para o final”.
A curiosidade não é postergável. Ela precisa poder expressar-se no momento em que brota no aluno. Sofreada e postergada já não voltará a ter a forma e a intensidade que tinha ao nascer. Esse é talvez um dos aspectos mais problemáticos. O aspecto temporal. A hora da curiosidade é a do seu surgimento"5.

Entretanto, na escola, os professores preocupam-se em trabalhar os conteúdos em uma ordem preestabelecida e, quando um aluno manifesta uma curiosidade que necessite ser sanada com a concorrência de um conteúdo a ser trabalhado posteriormente, é instado, geralmente, a conter seu interesse até o momento oportuno.

Também Morin (2003) afirma que a ativação da curiosidade é indispensável para o pensamento complexo, exemplificando que tentar responder questões como “Quem somos, de onde viemos e para que estamos aqui? vai estimular a curiosidade e possibilitar aos alunos não só que se localizem no seu espaço, na comunidade, no mundo, mas também que percebam a correlação entre saberes.